sábado, 19 de março de 2011

Chuva em Perséfone

A chuva sobe e sinalizando a todos que ainda está ai
E leva com ela tudo, tudo que só ela tem direito

Faz-se voz
Faz-se vida
Faz-se imagem
E luz contraída

E ela sobe
E como vai o caráter de quem se passou? Nela sobe tudo o que se foi bom, e quem sabe, aqueles que se fazem bom a ela.

Esta grita com uma ensurdecia que se fazia mulher, mulher dela mesma, com quem apenas queria casar-se a si mesma. Com seu ultraje tornou-se sonoramente deslumbrante a qualquer homem que a ouvisse trajada de maneira a não ser totalmente ela.

Baila comigo a noite toda na nossa cama, pois essa chuva é nossa e nela levara-a todo sentimento. Precisamos ser precisos no que sentimos, e assim cada vez mais insanos essa chuva nos leva para a nossa querida filha conhecimento.

Encarnação do ser que te leva da realidade. E a loucura qualquer chega a sua intensidade no momento em que os olhos se dilatam em imposição do ser na sua mais astuciosa beleza Perséfonica.

Agora ela vai, e será que volta, quando volta? Será que sua luz, emanada dos confins da vida voltaram para fazer de mim seu objeto de desprezo novamente. Não temo, ah, mas como eu queria temer-te, de verdade o teu brilho, e assim dividir comigo, junto a minha para ti, agora estamos completamente ocupados da mais pura insanidade que nos toma em meio a um sarau.

A chuva é voz, é vida, é imagem é luz.
Vou buscar-te, um dia quem sabe!


J. P. Morgado

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